terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

COMO ANDA O NOVO JETTA 1.4 TSI

AVALIAÇÃO: VOLKSWAGEN JETTA COMFORTLINE 1.4 TSI

Jetta ganhou em modernidade ao abandonar o antigo 2.0 para adotar o motor 1.4 turbo, direção elétrica e nova central multimídia


Volkswagen Jetta 1.4 Turbo (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)











      O segmento de sedãs médios no Brasil há muito revela os mesmos protagonistas entre os cinco carros mais vendidos da categoria. Enquanto Toyota Corolla e Honda Civic reinam absolutos no topo da cadeia alimentar, o Volkswagen Jetta, o segundo carro mais vendido da Volkswagen no mundo, se mantém discreto em volume de vendas e sequer aparece entre os mais comercializados, segundo levantamento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Olha que o modelo já havia sido nacionalizado no ano passado. Mas, se a vida anda dura para o três volumes da VW, a hora da virada no jogo pode ter chegado.
Para tentar mudar essa estatística, a VW trouxe o 1.4 TSI turbo para as versões Trendline e Comfortline. A topo de linha, a Highline, continua a ser importada do México com o mesmo 2.0 turbo de 211 cv. O downsizing é também o marco do fim da aplicação do antigo 2.0 de 120 cv que equipou por anos o Jetta. O preço parte de R$ 78.230 no Trendline manual e passa a R$ 83.630 no automático. Já o Comfortline chega a R$ 89.750, sem incluir o pack Exclusive (R$ 6.470) ou teto-solar (R$ 4.130).
No Brasil, o 1.4 TSI do Golf terá esses 150 cv apenas quando se tornar flex. O novo Jetta 1.4 TSI Comfortline vem apenas a gasolina e tem a mesma potência do Golf Variant mexicano. Nesse ajuste, o 1.4 TSI com injeção direta de gasolina e turbo rende 150 cv a 5.000 rpm e 25,6 kgfm a 1.500 giros. A versão Comfortline conta apenas com câmbio  automático de seis marchas Tiptronic. Por sua vez, a Trendline de entrada pode também vir com câmbio manual de seis velocidades, enquanto a Highline só é oferecida com câmbio automático DSG de seis velocidades e dupla embreagem.
Volkswagen Jetta 1.4 Turbo (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)
Em nossa pista, a versão Comfortline foi de 0 a 100 km/h em 9,1 segundos, quase 1,9 s a menos do que seu antecessor e 1,6 s mais lento do que a Highline. Para retomar de 60 a 100 km/h, foram precisos 5,4 s, tempo 2,2 s melhor do que o Jetta AP e 1,6 s a mais do que o topo de linha. Para estancar até a imobilidade, vindo de uma velocidade de 80 km/h, foram precisos 25,5 metros. Uma distância próxima dos 25,3 m percorridos pelo carro descontinuado, e menos do que os 31,4 m que o 2.0 TSI precisou para chegar à inércia. A unidade disponibilizada paraAutoesporte não estava emplacada, foi de transportadora para nossa pista de avaliações e por esse motivo não foi possível aferir as médias de consumo.
Ao volante, o carro acomoda bem o motorista em um ambiente ergonômico. O acerto dinâmico que sobrava no 2.0 aspirado está sob medida para o Jetta 1.4 TSI, que conta com uma suspensão do tipo McPherson na dianteira e Multilink na traseira. Além disso, o acerto não comprometeu a maciez em pisos ruins, até em terrenos sem asfalto. A nova direção elétrica é bem direta e substitui a anterior hidráulica. É verdade que o Tiptronic não tem agilidade de um DSG, mesmo assim efetua trocas rápidas e suaves. Durante as voltas no circuito fechado de Tatuí (SP), foi possível sentir o sistema EDS (Bloqueio Eletrônico do Diferencial) atuando para transferir o torque para a roda com maior tração. Na prática, ao enviar mais força para a roda externa nas trajetórias e freiar um pouco a roda interna, o Jetta fecha melhor as trajetórias do que pode-se imaginar para um sedã familiar.
Por dentro, o Jetta Comfortline conta com ar-condicionado digital, volante multifuncional de couro com base reta, manopla do câmbio de alumínio e couro, painéis de porta, painel inferior e bancos de couro bege (com opção de cor preta), aletas no volante e sensores de estacionamento dianteiro e traseiro. Com 2,65 metros de distância entre-eixos, o espaço atrás é bom para dois adultos, mas há cintos e encostos de cabeça para todos, saída de ar-condicionado e mesinha com porta-copos (quando apenas dois estiverem viajando). A elevação do túnel no assoalho prejudica o passageiro do meio de acomodar os pés. Não houve alterações estéticas por fora.
Volkswagen Jetta 1.4 Turbo (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)
O carro testado estava equipado com o “pacote Exclusive” que vem com multimídia Discover Media, sensor de chuva, rodas aro 17 com pneus 225/45 (as originais são de 16”), chave presencial e ar-condicionado digital duas zonas.Junto com o teto solar, os opcionais elevam o preço do Jetta Comfortline a  R$ 100.350, quase o mesmo valor da Highiline 2.0 TSI, menos equipado, porém bem mais rápido.
Embora a plataforma do Jetta seja uma geração mais antiga do que a leve MQB do Golf, o que influencia em peso e espaço, o sedã continua atual em segurança veicular. Chegou a atingir nota máxima no LatinNCAP e no norte-americano Instituto das Seguradoras para Segurança Viária (IIHS) para colisões frontais, laterais, traseiras e capotamento. As versões Trendline e Comfortline contam com quatro airbags (frontais e laterais) – apenas o Highline tem os airbags de cortina –, sistema isofix, controles eletrônicos de estabilidade e de tração e controle de partida em rampa.
Novidade, a central multimídia Composition Media é a mesma do Passat. O equipamento é intuitivo, fácil de operar e traz tela sensível ao toque de 6,3”, Rádio, Bluetooth, entrada SD e função de espelhamento em três plataformas (Apple Carplay, Android Auto e Mirror Link). O sistema não conta com GPS e não permite espelhamento do Waze na tela, mas pode replica o Google Maps e o Maps da Apple. A central Discover Media (opcional) traz leitor de CD, duas entradas para cartão SD, AUX e conexão USB (posicionadas à frente do câmbio). Além disso, é possível parear dois celulares simultaneamente, operar telefone e áudio streaming e ainda ditar mensagens de texto SMS do celular pelo microfone. O grande diferencial entre a Discover Media e a Composition Media, é a presença de GPS.
Dono de uma pegada mais esportiva, o Jetta Comfortline sofria com a baixa cavalaria e torque do antigo motor.  Resta saber se o turbocompressor terá fôlego para empurrá-lo rumo às primeiras posições, mesmo com o preço bem acima do aposentado 2.0 8V.
Volkswagen Jetta 1.4 Turbo (Foto: Fabio Aro/Autoesporte)
Ficha técnica
Motor: Dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, 16V, comando duplo, injeção direta de gasolina.
Cilindrada: 1.395cm³
Potência: 150 cv a 5.000 rpm
Torque: 25,5 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: Automático de seis marchas, tração dianteira
Direção: Elétrica
Suspensão: Independente McPherson (diant.) e  e multilink (tras.)
Freios: Discos ventilados (diant.) e discos sólidos (tras.)
Pneus: 205/55 R16
Dimensões: Comprimento 4,65 metros, largura 1,77 m, altura 1,47 m, entre-eixos 2,65 m
Tanque: 55 litros
Porta-malas: 510 litros (fabricante) 536 litros (aferido AE)
Peso: 1.298 kg

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